Percorridos: 1940 km
Acumulados: 7746 km
Rio Grande, como tu és grande!!
E parti para meu primeiro encontro motociclistico no estado do RS, escolhi o MotoShow pelo que falavam de edições anteriores, já que o encontro do ano passado foi eleito o melhor do sul do país, e não foi atoa, pois foi um exemplo de organização, hospitalidade e espírito de irmandade.
Ultimamente aqui no sul, a chuva não para, quer dizer, durante a semana até dá um tempo, mas final de semana ela com certeza avacalha. A previsão como tantas outras era de chuva pro final de semana, e a viagem seria longa. Mas na quinta-feira comecei os planos, abri o Google maps defini a rota liguei para uns amigos já que não estava querendo rodar por estradas desconhecidas sozinho. Infelizmente ninguém poderia ir, porque eu teria que sair na sexta devido a distância do encontro. Mesmo assim, decidi que iria tocar até aonde pudesse, qualquer coisa pegava um hotel e dormia e continua no dia seguinte. Um fato interessante aconteceu, pelo Google maps eram 815 km da porta da minha casa até Pelotas, pelos meus cálculos em umas 9 horas eu conseguiria fazer essa distância. Na quinta arrumei a mochila “tanquiei” a moto peguei a câmera deixei tudo pronto e fui dormir, quer dizer... nem dormi pela ansiedade da viagem.
Sexta-feira cedo, 7:00 hrs acordei, tomei café, juntei tudo, arrumei na moto e fui. Percorri 15 km saindo de Brusque rumo a Vidal Ramos, de repente, sem mais nem menos a estrada não existia! Bonito né seu Google maps!!! O caboclo me diz: “Estrada até tem... mas é melhor o Sr ir de jipe... com essa tua moto você vai arrancar o motor”. Revoltado tive que voltar, troquei a rota e fui por Blumenau, isso aumentaria em 40 km a viagem e pra piorar começou a chover! Mas tudo bem. Mais atrasado do que nunca a previsão era almoçar em Lages, toquei por um caminho que já tinha feito antes, muito bonito por sinal cheio de curvas abasteci em Alfredo Wagner e toquei viagem. E o sol estava coisa mais linda, depois de abastecer devido as estradas ótimas e as retas gigantes, consegui chegar 11:30 em Lages, tive um bom tempo pro almoço, e abastecimento.
Toquei rumo a divisa, pois passaria por Vacaria/RS. Depois de Lages o cenário muda bastante as estradas pioram, os campos ficam mais abertos e a densidade demográfica é composta só por vacas... (risos). Cheguei à divisa, passei pela ponte e fui rumo a Vacaria, passei pelo que eles chamam de “Rota Campos de Cima da Serra”, campos abertos com pastagem para o gado, pouco movimento a maioria de caminhões, muito bonito não lembra o Brasil. Já no RS começou os pedágios, só que para a minha felicidade moto não paga, pode passar tranqüilo. Abasteci de novo em Vacaria, e toquei rumo a Caxias do Sul.
Até Campestre da Serra tudo normal, mas depois disso fui castigado por serra e mais serra e mais serra e curvas e curvas e curvas... Curvas essas acompanhadas por paredes de pedras e do outro lado um lindo penhasco, e claro, rodovia pedagiada, sempre em obras e asfaltinho coisa mais linda. Fui obrigado a inaugurar as joelheiras do meu macacão, trecho bastante cansativo e o sol, que estava forte. Parei em Caxias eram 15:15 da tarde. Já estava aborrecido, cansado, e sem saber quanto faltava. Abasteci, falei com o frentista e fui informado. Mais 400 km. Desespero bateu, liguei pro hotel, fiz reserva, montei na moto e lá fui eu. De Caxias rumo a Porto Alegre.
Descendo depois de Caxias, mais serras, mais curvas, mais velocidade lenta, mais joelho no chão. Mas tive um prazer enorme de passar pela tal da “Rota Romântica”, um dos mais belos caminhos que já passei, nem parecia o Brasil. E fui vencendo a serra, desfrutando da bela paisagem e notei muitos motociclistas por lá, a serra é ótima pra quem gosta de curvas. E cheguei em Porto Alegre, exausto... Andei pela primeira vez na famosa “free-way”, passei por um pedágio esse paguei R$ 3,25 e parei para abastecer em Barra do Ribeiro. Eram 17:00 hrs. Fiz um lanche, abasteci a moto e fiz a pergunta clássica: “Quanto falta para Pelotas?”. R: 220km. DESESPERO!
O Sol já estava baixando, montei na moto desanimado e disse: “Cheguei até aqui, então vamos...”. Pra minha sorte, eu nunca vi tanta reta na minha vida... Foram os 220 km mais longos, achei que nunca mais ia chegar. Até POA, tudo beleza, placas, tudo sinalizado, depois disso não tinha uma placa informando quanto faltava, ou onde eu estava. Lugar inóspito, lugar que se a moto quebrasse estava era ferrado. Mas enfim cheguei a dita cuja “Pelotas”.
Agora a segunda cagada do Sr Google Maps, segundo ele eram 855 km, mas na minha moto marcava 971 km!!! Faça o meu favor né seu Larry Page.
Pedi informações até o lugar do encontro, fui direto pra lá. Para a minha sorte, encontrei muita receptividade e muita hospitalidade do pessoal do encontro. Quando disse que fiz 971 km para vir até o encontro, fui muito bem recebido. Providenciaram hotel, me levaram até o hotel, jantei com o pessoal do moto grupo, conheci “os cabeças”. Fiquei por lá até meia noite e fui descansar. De volta ao hotel, banho e cama, melhor noite de sono do mundo.
Sábadão de encontro, tempo nublado, boi no rolete, e muita hospitalidade, novas amizades, amigos, figuraças como o tal do “Segovia”, encontro muito organizado, sem os “cachorro louco” (definição para molecada com cg metralhando), sem borrachão, sem zoeira, como eles definem: “Este é um encontro de motociclista para motociclista”.
A noite depois da janta teve premiação para motogrupos e motociclistas, até eu ganhei um troféu pela distância percorrida e por ir sozinho. E nesta noite já fui me despedindo dos amigos, agradeci por tudo. Fui pro hotel, descansei porque no domingo eram mais 971 km.
Acordei as 6:00, peguei as coisas, me despedi da galera do hotel, fui pro posto, abasteci, tomei café, respirei fundo e, pé na estrada... Foi sair de Pelotas a chuva começou e só foi parar em Rio do Sul, 800 km mais tarde. Por um lado não passei calor, vim no fresco, vim devagar, vim tranqüilo, casei menos e cheguei inteiro.
E aqui estou para contar, para que fiquei registrado, pois como me conheço um dia vou de alguns detalhes. Foi um ótima viagem, quebrei meu recorde de distancia percorrida em 1 dia, e também a maior distancia de uma viagem.
Sobre o encontro, se eu puder ano que vem estarei lá, valeu a pena todos os 1940 km percorridos. O pessoal ainda queria que eu ficasse pra ir ao encontro de Melo no Uruguai, mas aí era demais né... Ano que vem quem sabe eu me programe e faça isso.
Então é isso.
Um abraço a todos
Primo Tacca Neto
ROTA QUE FIZ:
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ÁLBUM DE FOTOS:
7º Moto Fest Pelotas |
Um comentário:
Show de passeio, Neto!
Pena que não nos encontramos por aqui: fica para a próxima. Não faltarão oportunidades.
Abraço,
Piréx
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