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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Motocada até Lages/SC

Percorridos: 684 km
Acumulados: 2228 km


O destino era 11º MAR & MOTO em Tramandaí/RS, mas por conta do ciclone extratropical, a rota teve de ser alterada.


O plano era sair sábado a tarde descendo a 101 até o RS para o encontro, mas por conta da previsão de chuva, resolvi achar um destino mais curto. Após várias rotas, cheguei a conclusão. A serra catarinense era melhor destino a se fazer neste feriado.

Descer pela BR-101 até Palhoça, seguir até Lages, pernoitar em Lages e no outro dia cedo seguir rumo a São Joaquim, serra do rio do rastro até a 101 em Tubarão e subir novamente pela BR-101 até Brusque. Em 5 minutos já tinha um novo destino e estava desesperado pra sair voando.

Então o negócio era preparar uma pequena mochila para as cosias essenciais e pé na estrada... Saindo de Brusque por conta do feriado a estrada até o litoral estava muito movimentada, até Florianópolis. Nesse trajeto o que mais castigava era o vento, e é nesses momentos que a tal da carenagem faz grande diferença. Toquei até Palhoça e entrei rumo a Sto. Amaro da Imperatriz para a primeira parada. O pescoço já estava pra lá de doído por conta do vento.



Mas seguimos em frente, nem 10 km depois a chuva começa, forte... e mais uma parada para colocarmos a benditas capas de chuva. Seguindo este caminho começa a Serra da Boa Vista, uma bela paisagem, e além da chuva e o asfalto perigo e o frio. E assim foi pelos próximos 100 km, chuva, frio e asfalta igual a sabão.

Após passar Bom Retiro, o tanque estava vazio, era necessária uma parada para o abastecimento. Paramos no posto Janaína, logo depois da entrada para São Joaquim. Depois de 100 km rodando na chuva, nesse ponto meu macacão já estava encharcado, já tinha entrada água por tudo que era lado, minhas mãos estavam congelando, meus pés também. O desanimo e o desespero era imensurável e pra piorar além do frio de 10 graus, batendo um papo com o frentista fui informado que ainda me restavam 84 km até Lages. Tomamos um café pra tentar esquentar, as luvas estavam tão molhadas que não entrava nas mãos, essa por sua vez com certo formigamento...

Mas vamos lá, noite adentro agora mais chuva, mais e mais frio vamos tentando chegar a Lages. A partir desse momento a estrada tinha se tornado “retas e mais retas”, e tive uma sorte imensa de na minha frente estar um veículo de Lages, que pelo que percebi o motorista conhecia muito bem a estrada... Ele estava tocando nesse trecho na faixa do 140/150 km/h, aí foi colar atrás dele e seguir até Lages. Por outro lado, andando nessa velocidade, o que tinha por congelar congelou. E assim foi por uns 30 minutos.

Quando avistei aquela placa “Lages acesso a 1km”, eu nem acreditava... Tinha vontade de descer da moto e fazer esse “kilometro” correndo, gritando, desesperado.

Parei no primeiro posto, desci da moto praticamente congelado. Totalmente molhado e desanimado. Liguei para meus queridos tios em Lages e rumei até a casa deles.



Sensibilizados com nosso estado, fomos direto para um banho quente e roupas secas. Foi a melhor sensação de bem estar que já senti depois daquele banho. Depois do frio e dores sanadas, hora de forrar o estômago.

Os 346 km mais sofridos até hoje...

Pra completar a noite fria Lageana, fomos convidados para rodízio de massas em uma cantina Italiana, depois de tanto sofrimento era necessário momentos agradáveis. Dos 20 tipos de massas servidos, eu devo ter provado uns 17, sai redondo do recinto que era muito agradável, aconchegante e quentinho. De volta em casa, a cama com 4 cobertos já aguardava. Caí na cama feito pedra e dormi igual um anjo.

Depois de uma bela noite de sono e um café da manhã aproveitamos este tempo para conhecer um pouco mais de Lages. Conhecemos centro, bairros, principais pontos da cidade, aquela voltinha de turista mesmo.

Turismo a parte, hora de pensar o que iría fazer, porque depois de tanto frio pensar que ainda não tinha chego à metade do caminho e ainda teria que passar por São Joaquim aonde o frio era mais terrível sendo que meu macacão ainda estava úmido e naquele momento eu queria ir casa pelo mato grosso do sul!!!

Ficamos esperando o tempo melhorar em Lages na parte da manhã, mas nada... Chuva e mais chuva. Depois do almoço ficou decidido que iríamos voltar pelo mesmo caminho e ponto final.

Decidido o caminho de volta, agora vinha outra preocupação, encarar a costela que estava sendo preparada na churrasqueira, essa sim era uma tarefa difícil, se não fosse por isso acho que nada teria valido a pena... Ficamos ali acompanhando a preparação, tomando um tira-gosto pra esquentar, acompanhando tempo, falando do Inter, e tal... Parabéns ao churrasqueiro pois o churrasco "tava" pra lá de bom...



O relógio apontava 14:00 hrs, então era hora de pegar a estrada. E a volta não poderia ser muito diferente, chuva e mais chuva.

Até Florianópolis o tempo não aliviou, castigou até o fim. Pelo menos de Floripa até Brusque pela BR-101 deu tempo das roupas secarem, e andamos relativamente bem, apesar do movimento intenso. Chegando em casa, lá se foram mais duas horas para limpar capacete, macacão, luvas. A moto então parecia um tijolo. Mas de todos os 684 km rodados, o que me orgulha é de não ter passado por nenhum susto na estrada, acidente ou qualquer outro imprevisto a não ser o frio.




Conclusão final: Sempre que ver uma notícia de que um ciclone extratropical estiver a caminho do seu estado, pense duas vezes antes de sair de casa.




E assim foi mais uma motocada até a famosa cidade de Lages/SC.

VÍDEO:


ROTA QUE FIZ:

Exibir mapa ampliado

ÁLBUM DE FOTOS:

Motocada até Lages



Abraço a todos.
Primo Tacca Neto